Passamos a vida inteira atrás daquilo que é mais importante ou daquilo que chamamos de "necessidade". A psicologia comportamental nos ensina que somos definidos segundo aquilo que necessitamos dentro de uma escala de prioridades, partindo do mais básico ou fundamental até as mais altas aspirações ou ideais. De um jeito ou de outro, nos dirigimos para a conquista dos nossos objetivos de vida, que poderemos chamar de "realização".
Por causa da consciência relativa que possuímos, somos inclinados a pensar que o mais importante é atingir as necessidades mais básicas em primeiro lugar. Essas necessidades geralmente são: moradia, bem estar, saúde, alimentação, vestuário, transporte, sexo e dinheiro. Por se tratar de ser o mais básico e fundamental para a sobrevivência humana, acabam virando os grandes objetivos de vida, pois é extremamente difícil hoje em dia, obter tudo de uma maneira equilibrada. Sendo assim, achamos que se dedicarmos a perseguir esses objetos como "valores" de vida, seremos felizes na auto-realização. Esse é o primeiro erro que se pode cometer, pois atingir as necessidades mais básicas só se pode obter dois tipos de resultados: a satisfação ou a frustração. Jamais poderemos alcançar a felicidade plena ou a realização através da conquista dos nossos objetivos relacionados às necessidades.
Toda e qualquer necessidade cria um vínculo natural com os nossos instintos de sobrevivência e de sustentação da vida, e enquanto estivermos vivos sempre teremos o "desejo" ou o "impulso instintivo" de querer satisfazer continuamente essas necessidades, ou seja, se nós temos fome hoje, certamente teremos amanhã, e assim por diante. Somos seres constantemente insatisfeitos por causa que precisamos a todo momento obter energia para se desenvolver, trabalhar, transformar, produzir, reproduzir, gerar e criar outras formas de energia. Mesmo conseguindo fazer todas essas coisas não é garantia de felicidade ou de realização, isso só poderia contribuir se fosse exatamente de acordo com a "vontade". O que se quer da vida pode ser muito diferente daquilo que se faz dela. Por exemplo, podemos tentar aprender algo que não queremos, podemos estudar coisas que não queremos, podemos trabalhar sem ter retorno ou reconhecimento, podemos gostar de quem não gosta da gente, podemos morar num local sem muitas opções ou condições, etc. Às vezes, o que queremos não é exatamente aquilo que fazemos por necessidade. Isso pode gerar conflitos internos, resultando nas diversas doenças e mazelas, que acabam por destruir ou corromper nosso modo de vida ou de sobrevivência.
Contudo, a verdadeira vontade certamente implica na forma de se conduzir para a própria felicidade e realização. A vontade é também um dos quatro atributos apresentado no primeiro arcano maior do tarô, "O Mago", constituindo uma das principais armas para realizar toda e qualquer forma de magia. Por isso que a vontade (diferente do desejo) é o atributo mais
importante para alcançar a realização, e o conhecimento daquilo que se
quer é ainda mais.