sexta-feira, 15 de junho de 2012

A Tábua de Esmeralda

           Segundo a mitologia grega, não se sabe ao certo se a tábua foi encontrada no túmulo de Alexandre ou no túmulo de Hermes. Essa original e suposta tabuleta feita de esmeralda foi escrita em caracteres fenícios, sendo que, as mais antigas referências a ela que se conhece, são árabes, e remontam ao século IX.
         Trata-se de uma descoberta única, por dois motivos: a de se expressar através de termos alquímicos e por constituir a base filosófica ou metafísica da Alquimia. Por causa do misticismo envolvente do conhecimento que se obtém desta tábua, surgiram diversas versões e interpretações que diferem em alguns pontos significativos. Entretanto, as versões latinas e as germânicas, encontradas no Anfiteatro da Eterna Sabedoria, de Heinrich Khunrath, apresentada numa série de discursos sobre “Símbolos”, parecem ser tratadas com bastante seriedade.

A seguir, os escritos extraídos da Tábua de Esmeralda, traduzido por R. Phelps em seu livro “Amphitheatre”, de Khunrath:


“Verdadeiro, sem falsidade, certo e mais do que real, aquilo que está embaixo (ou inferior) é como aquilo que está em cima (ou superior), e o que está em cima é como o que está embaixo para cumprir as maravilhas de uma coisa.
Assim como todas as coisas são criadas (ou restauradas) de uma coisa, pela vontade e comando (ou pela meditação) do único que a criou, assim todas as coisas são nascidas (ou provêm) desta única coisa por prescrição e união (ou adaptação).
Seu pai é o Sol, sua mãe a Lua, o vento a carrega em seu ventre, sua ama é a Terra.
Este é o pai da perfeição em todo este mundo. Seu poder é perfeito quando transformado em terra; por isto deves separar a terra do fogo, e o sutil do rude e grosseiro, mas com amor, com grande compreensão e discernimento.
Ela sobe da terra ao céu e do céu vem novamente à terra e de novo recebe o poder do Em Cima e do Embaixo.
Deste modo, terás o esplendor de todo mundo. Toda a falta de compreensão e de capacidade te abandonará.
Este é o maior de todos os poderes, pois pode sobrepujar toda a sutileza e pode penetrar tudo o que sólido.
Assim foi criado o mundo. Assim originaram raras combinações e maravilhas são forjadas; esta é a maneira de agir. 
Por isso sou chamado Trismegisto, pois possuo as três partes de sabedoria do mundo. Tudo o que eu disse a respeito do trabalho do Sol está cumprido.”


segunda-feira, 4 de junho de 2012

O PRINCÍPIO da SETESSÊNCIA da SUBSTÂNCIA

     Entende-se a “substância material” como sendo todas as formas de energia que se manifestam no plano físico ou material, ou no plano das experiências terrenas. A chamada “substância etérica” seria a contraparte mais sutil da matéria, onde suas formas energéticas se manifestam nos planos mais sutis e elevados da existência. Esse princípio se aplica tanto na substância material como na etérica, constituindo-se em sete subdivisões da mesma energia. Essa propriedade (a divisibilidade por sete) que possui todas as substâncias energéticas obedece a um princípio: o da “setessência substancial”.
        Este princípio dá um significado maior para as manifestações energéticas nos grandes planos da existência: o grande plano mental, o grande plano astral e o grande plano físico. Em cada grande plano, toda a substância existente vai vibrar desde o seu grau mais sutil até ao mais denso, percorrendo exatamente, sete subníveis de densidade. Toda a substância energética vai se formar em cada plano, o tipo de energia característica, e de acordo com a sua escala vibratória, vai se manifestar como sendo sutil ou denso. O plano mais sutil em que a substância energética pode se manifestar está no grande plano mental, a origem de todas as criações. O plano mais denso em que a substância pode se manifestar está no grande plano físico, a faixa limite e final de todas as manifestações. Sendo assim, a substância energética além de se manifestar, ela se divide em sete porções típicas da mesma energia, no intuito de formar e caracterizar o plano da sua própria existência. Com isto, pode-se afirmar que a substância energética, seja ela mental, astral ou física, no início de sua formação gerou os grandes planos da existência, de nomes também mental, astral e físico.
    O conhecimento dessa propriedade da substância material ou etérica nos dá a compreensão de que toda a energia pode ser alterada e transformada em cada plano da existência, onde o seu início está na esfera mais sutil e o fim, na esfera mais densa. Sendo assim, o magista experiente consegue criar qualquer forma ou meio de realizar sua vontade. O processo de qualquer tipo de realização que vai desde a “criação” até a sua “manifestação” é dito dentro da magia como “densificar”. Ao contrário, o processo de alterar a forma manifestada de energia para sua condição mais pura ou essencial é “sutilizar”.
         O ser humano passa pelos mesmos processos das energias em transformação, pois todos nós somos constituídos por invólucros das mesmas substâncias energéticas que existem por todo o universo, seja material ou extrafísico.
Basicamente, o homem é formado por três corpos ou veículos de manifestação do espírito ou consciência: o corpo mental, o corpo astral (psicossomático) e o corpo físico. Cada corpo contém em si as mesmas substâncias energéticas encontradas na natureza e em todas as suas esferas de manifestações.
O corpo mental permite ao ser humano manifestar sua consciência, pensamentos, raciocínio, memória, inteligência, entendimento, ideais, formas de comunicação e de aprendizagem, etc.
O corpo astral permite manifestar os sentimentos, as paixões, as emoções, os desejos, os pressentimentos, os instintos, o animus, a vitalidade, etc. O corpo físico permite a manifestação da saúde ou das doenças orgânicas, das ações, do comportamento, das reações, dos reflexos, das sensações, dos sentidos físicos (visão, audição, tato, paladar e olfato), das necessidades fisiológicas, etc. Mas, o que é mais interessante é que tudo o que ocorre no corpo físico é uma somatização do que se inicia no mental.
A propriedade da divisibilidade da substância energética mostra que desde que nascemos até morrermos, passamos pelos processos de “densificar” e “sutilizar”, só que com outros nomes, a “involução” e a “evolução” (ou aperfeiçoamento), respectivamente.
      O princípio da setessência de toda e qualquer substância energética existente em qualquer plano de manifestação do universo é regido pelas forças solares transdutadas pelos sete planetas mais próximos da Terra. Essa regência é conduzida pelos sete “tattwas” (do hindu, linhas de força), sendo somente cinco a se manifestarem no plano físico.