quarta-feira, 16 de maio de 2012

Absorção de Energia

       Estamos vivos graças à função natural do nosso organismo de absorver energia. Como visto na postagem anterior a esta, que as fontes principais de energia são 3 e que todas provém do Sol, o nosso organismo absorve essas formas de energia de diversas maneiras e em diversos aspectos do nosso comportamento: 
O "fohat" é absorvido quando o nosso organismo é exposto aos raios solares. Neste instante ficamos carregados de energia bioelétrica ou também conhecida como "eletricidade estática". Percebemos isso quando penteamos o cabelo ou quando encostamos em qualquer material condutor de eletricidade, sentindo como um "choque" (descarga elétrica). 
O "kundalini" ou a energia telúrica (que vem do centro da Terra) é absorvida geralmente, quando temos o contato direto com a natureza, como o pisar descalço na terra, na areia ou na água, o banho de mar, de rio, de lagoa ou de cachoeira, mexer na terra, nas plantas, nas árvores, nas frutas ou flores, cuidar de animais, etc. Outra forma de absorver esta forma de energia é através do contato humano, principalmente na relação sexual. 
O "prana", a energia vital é geralmente e principalmente absorvido, quando respiramos, comemos e bebemos, e ainda quando dormimos ou descansamos.
       Qualquer que seja a forma de energia que absorvemos, como o fohat, o kundalini ou o prana, toda a vitalidade é captada pelos nossos órgãos mais sutis e existentes na parte etérica do nosso corpo, os “chakras” (do sânscrito, significa “rodas” ou vórtices de energia). São responsáveis pela absorção do fohat, do kundalini e do prana, e também pela transmissão dessas energias vitais para o nosso organismo físico. É esse processo de absorção, transmissão e transformação que caracteriza a "bioenergia".

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Fontes Naturais de ENERGIA

        Uma questão comum entre as pessoas é de saber de onde vem a energia que nos mantém vivos. A maior fonte que temos é a estrela do nosso sistema planetário, o Sol.
É dele que provém a vida na Terra. Sem o Sol deixamos de existir, pois é dele que emanam diversas forças necessárias a nossa sobrevivência nesse ou em qualquer outro planeta.
       A energia solar irradia em todos os planetas, e devido a sua proximidade, uns recebem mais que outros. O ponto de equilíbrio do recebimento dessa energia é o terceiro planeta do sistema solar, a Terra. Portanto, o planeta no qual habitamos torna-se o principal receptáculo da força solar, redistribuindo-a para todas as partes deste mundo.
        Os raios solares são chamados de energia cósmica e naturalmente chega até nós sob três formas:
Fohat”, nome ocultista da “eletricidade”, sendo o tipo de energia que pode ser convertido em calor, luz, som, movimento, etc.;
Prana”, também chamada de “energia vital” ou “vitalidade”; termo derivado do sânscrito “Pra” = respirar, e “An” = viver; é a principal energia cósmica absorvida pelos seres vivos, através da respiração;
"Kundalini", também conhecido como “fogo serpentino regenerador”, uma energia primária, violenta e transformadora, que tem sua origem no centro da Terra.

MATÉRIA x ENERGIA

     A ciência constata que toda a matéria, seja ela orgânica ou inorgânica, natural ou artificial, viva ou morta, visível ou invisível, contém energia. É desse princípio que surge uma confusão em termos de saber o que é matéria e o que é pura e simplesmente energia.
        Geralmente, a idéia de “energia” parte do princípio dela ser algo que não se pode ver ou tocar, mas pode ser sentida ou percebida de alguma forma. Por exemplo, a eletricidade é uma forma de energia que existe e não se pode vê-la, mas podemos entender suas manifestações. Ao contrário, o princípio da “matéria” seria muito fácil de entendê-lo e caracterizá-lo, como por exemplo, qualquer objeto de existência física que podemos tocar, sentir e identificar.
        Existem também outras formas de se ter uma idéia do que é energia, quando se trata do funcionamento do nosso corpo. A "vitalidade" ou a "força vital" é uma delas, também chamada de “orgone” pelos pesquisadores do assunto. Quando esta energia está dentro do nosso corpo, chamamos de "bioenergia" ou literalmente, "energia da vida". Esse tipo de energia também tem suas nuanças e manifestações diferenciadas, umas mais sutis, outras mais densas.
A nossa parte energética corresponde a existência dos nossos pensamentos, dos sentimentos, das emoções e da bioeletricidade corpórea, que produz a movimentação orgânica.
A nossa parte material corresponde a existência de todo o complexo orgânico: os ossos, os órgãos, o sangue, a linfa, o músculo, a pele, etc. Tanto os componentes energéticos, como os materiais, uns são mais sutis que os outros, como os pensamentos em relação à bioeletricidade, e o sistema nervoso em relação aos órgãos. Todas essas partes energéticas e materiais que compõe o funcionamento do corpo de qualquer ser vivo, tem uma coisa em comum: a vitalidade, a substância que nos mantém vivos. Todos esses componentes, sendo energéticos ou materiais, todos eles estão vivos e interdependentes.
        Sob outro ponto de vista, em relação ao funcionamento da bioenergia no corpo humano, parece que a matéria produz energia. Por isso que dizemos que o cérebro gera pensamentos, o coração, sentimentos, o músculo, a força física, etc. Mas, na verdade, um é a contraparte mais densa da mesma substância que é feita do outro. Sendo assim, entendemos que a matéria e a energia são a mesma coisa, uma em estado vibratório mais denso e a outra mais sutil, podendo ainda, chamá-las única e simplesmente, de um princípio existente no universo cósmico e equivalente à "substância etérica" (éter).
     Uma idéia clara e simplificada sobre a compreensão do que é “matéria”, pode estar contida no significado de ser uma substância etérica em seu grau mais denso; contudo, a idéia de ser energia está no significado de também ser a mesma substância etérica, só que no seu grau mais sutil. Um exemplo disso está na “água”, como sendo uma substância etérica, que no seu estado mais denso se transforma em "gelo", e no seu estado mais sutil é o "vapor d’água"; porém, continua sendo a mesma substância, a água. Conclui-se, portanto, que matéria e energia são a mesma coisa (substância etérica) em que se manifesta em diversos graus vibratórios.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

BIOENERGIA

       Bioenergia é o ramo da biologia que estuda as transformações da energia e de suas leis nos seres vivos, como a produção de movimento, luz, calor, eletricidade, etc. É a energia que quando absorvida dá vida. Alexander Lowen, terapeuta e inovador dos conceitos da bioenergia humana, trabalhou com a hipótese de que há uma energia fundamental no corpo humano. Ele a considera como “bioenergia”, sendo todos os processos psíquicos, bem como os somáticos, quando determinados pela forma como eles operam.
       Os primeiros conceitos da bioenergia surgiram em 1930, com o trabalho de Wilhelm Reich, psiquiatra austríaco, psicanalista e cientista. Ele descobriu uma poderosa e nova energia biológica, em que durante as próximas duas décadas, dedicou sua vida à investigação de suas leis e propriedades. Passou a chamar essa energia biológica de “energia orgônica”, “orgone” ou “orgônio”, ficando livre dos conceitos místicos que a envolviam, colocando-a definitivamente ao nível de ciência. Em seus experimentos demonstrou que o “orgônio” é a energia primordial da vida.
        Antigamente, outros estudiosos davam nomes diferentes a esta mesma energia. Mesmer chamava-a de “magnetismo animal” e Samuel Haneman (descobridor do princípio da homeopatia) dava o nome de “Força Vital”. Por volta de 1866 a 1867, o Barão Karl von Reichenbach, cientista austríaco, publicou seus primeiros artigos sobre o conhecimento desta energia primordial, chamando de “emanações ódicas”. Redescobriu que o conhecido “fluido vital universal” daquela época, nada mais é do que o “Akasha” das religiões pré-históricas, o “Telesma” de Hermes Trismegisto, o “Fogo Vivo” de Zoroastro, o “Fogo Generativo” de Heráclito, a “Luz Astral” dos cabalistas, o “Alkahest” de Paracelso, o “Espírito Vital” dos ocultistas e a “Força Vital” de Santo Tomás. Posteriormente, Reichenbach rebatizou essas emanações sob o nome de “Od” (do sânscrito, “o que penetra em toda parte”). A “Força Ódica” é também, uma denominação comum entre os druidas. Outra personalidade em épocas antigas nesta descoberta foi Pitágoras (Grécia - 400 anos a.C.), que além de matemático, astrônomo e filósofo, era também médico, e chamava esta mesma energia de “pneuma”.
        Em diversas culturas, tanto orientais como ocidentais, esta energia é conhecida como “ki” (pelos japoneses) ou “chi” (pelos chineses), “prana” (pelos indianos – Yoga), “gallama” (pelos tibetanos) e “mana” (pelos kahunas polinésios – Xamanismo). Através do conhecimento comum dessa energia vital em todo o mundo, desenvolveram-se diversas técnicas terapêuticas conhecidas como:
Tai-Chi-Chuan

Acupuntura

Auriculoterapia (Auriculoacupuntura)

Moxabustão

Fitoterapia

Do-In

Shiatsu

Reflexoterapia

Ayurveda

Yoga

Reiki

Musicoterapia (Gandharva Veda)

Dançaterapia

Aromaterapia

Terapia Bioenergética

O conhecimento da bioenergia também é largamente utilizado nas artes marciais, como por exemplo, o Kung-Fu e o Chiao-Lin-Chuan.
     
         De qualquer maneira, diante de tantas opções, a bioenergética é um método terapêutico bastante eficiente, baseado nas propriedades fundamentais da bioenergia e na combinação do trabalho com o corpo e com a mente, com o intuito de ajudar a resolver uma grande variedade de problemas psicossomáticos.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O Ocultismo e o Tarô


          O Ocultismo é um conjunto das chamadas “Ciências Ocultas”, que estão diretamente vinculadas às manifestações das forças ocultas (metafísica) e suas relações com a natureza, com o homem e com Deus. É dentro do Ocultismo que se estuda a “ciência encoberta” ou "ciência reencoberta" (scientia occultans), ligada diretamente aos significados e funções de todo o simbolismo expresso nas lâminas do tarô.
          É do Ocultismo que se originaram e se desenvolveram todas as outras ciências veladas ou ocultas. As principais ciências do Ocultismo que resumem todo o conhecimento sobre o simbolismo expresso no tarô são quatro: a Magia, a Alquimia, a Astrologia e a Cabala.
         A Magia é entendida entre os ocultistas, como a ciência "mãe", da onde parte todas as outras. O tarô é considerado uma grande e excelente ferramenta de acesso magístico, que permite ao estudante aplicar sua força de "vontade", avançar na auto-iniciação, resolver os mistérios de sua jornada e realizar-se, tanto na esfera espiritual, como na material ou física.


         A Alquimia surgiu da necessidade de encontrar recursos metafísicos da própria natureza para o aperfeiçoamento humano. Portanto, é considerada a ciência da transmutação que ocorre nos universos do microcosmo e do macrocosmo. Com ela podemos alcançar a iluminação, a pureza, a verdade, a longevidade e a realização da chamada "Grande Obra".
         A Astrologia é a ciência que estuda as influências astrais, os fenômenos ocultos ocasionados pelas manifestações das forças celestes na Terra. No tarô, podemos apurar essas influências, entendê-las e trabalhar com elas. Neste âmbito, o tarô se torna uma poderosa ferramenta oracular de consulta e orientação.
          A Cabala é antes de tudo, um sistema hermético que compreende os caminhos da evolução e involução do homem, se traduzindo em "sabedoria". No tarô, aprendemos a interpretar as chaves do Ocultismo, decodificando o seu simbolismo. A Cabala permite ao iniciado ter acesso a esses códigos, revelando possivelmente e de acordo com sua consciência e evolução, os mistérios da vida.
           O entendimento de todo o conhecimento inerente ao tarô, como veículo da sabedoria antiga e das tradições correlacionadas, está estabelecido sob três perspectivas de percepção. Isso acontece quando o homem se relaciona com a Divindade ou com os Arquétipos, com a Humanidade ou com o próprio Homem, e a com a Natureza ou com o Mundo físico. Em analogia aos planos da existência, temos: a Divindade equivalente ao Plano Espiritual e Mental; a Humanidade equivalente ao Plano Intermediário ou Astral; a Natureza relativa ao Plano Material ou Físico. Sendo assim, houve a necessidade de estudar essas concepções para poder determinar as chaves do entendimento do oculto, através dos três princípios (a Trindade refletida) também equivalentes às seguintes perspectivas: para a Divindade, estuda-se a Teogonia; para a Humanidade, estuda-se a Androgonia; e para a Natureza, estuda-se a Cosmogonia.
         A Teogonia é o estudo ou a doutrina dos aspectos de Deus e de suas Criações, geralmente relacionados com a formação do mundo e a origem de tudo.
           A Androgonia é o estudo da origem do homem e o seu processo de involução e de evolução (processo reencarnatório), bem como suas características e definições.
             A Cosmogonia é o estudo da origem e da evolução do Universo, bem como os planos ou dimensões da existência e as suas substâncias características.
             A reunião de todo esse conhecimento inserido no tarô serve para o estudante ter um entendimento integral de tudo o que está oculto para ele, e que pode de fato, ajudá-lo a avançar em seu caminho, seja ele qual for. Portanto, o tarô é devidamente, um objeto de estudo, pesquisa, aplicação, descoberta, dedicação e desenvolvimento de todas as nossas necessidades, sejam elas, materiais, afetivas ou espirituais.

A TRADIÇÃO do TARÔ

          De acordo com alguns autores ocultistas, os arcanos expressos nas lâminas do tarô nos revelam diversos ensinamentos iniciáticos pertencente a uma tradição que seria muito antiga. O conjunto desses ensinamentos revela uma primeira, mais antiga e milenar sabedoria, originária das civilizações desaparecidas em continentes perdidos. Os povos remanescentes destas civilizações (os arianos, os vedas e os egípcios) por serem guardiões desta sabedoria velaram no formato de uma “Cabala” (Sistema Ocultista, Ordem Esotérica ou Tradição Hermética). Posteriormente, sabendo das guerras e cisões que estavam por vir, configuraram este sistema de transmissão desta sabedoria primeva no que chamamos atualmente de “Tarô”. Por se tratar de um conjunto de conhecimentos das leis que regem a evolução da alma, os nossos antepassados conseguiram registrar em livros, parte desta sabedoria. A outra parte destinou-se a ser transmitida oralmente, de mestre a discípulo, isso para não cair em mãos erradas.
          Conclui-se, portanto, que a “Tradição do Tarô”, de acordo com os registros históricos, é derivada da Cabala de Tradição Judaica, onde seus ensinamentos estão no livro da Lei, o “Torah”. Por sua vez, a Cabala hebraica é proveniente de um sistema ocultista ainda mais antigo, a Cabala egípcia ou caldaica, da época do domínio dos hyksos, também conhecidos como os “Reis Pastores”. Esse povo detinha um conhecimento originário dos caldeus proveniente dos sumérios. Acredita-se que os hyksos eram um povo remanescente de uma das cisões dos árias, o chamado “Cisma de Irshu”, uma guerra travada entre os clãs Ases e Vanes. Esse seria o ponto de partida para difusão e também deturpação da sabedoria original, imposta através dos domínios, das guerras e das cisões provocadas por civilizações consideradas as mais antigas do planeta. Os arianos seriam descendentes diretos dos atlantes, mas não se acham evidências disso, apesar das deduções retiradas nos escritos dos vedas provenientes da Ásia Central.
          Sabe-se, portanto, que os livros sagrados de povos de origem continentais diversas, como o “Popol Vuh”, o “Livro dos Mortos”, os “Eddas” e os “Vedas”, demonstram que civilizações tão diversas quanto os maias da América Central, os egípcios da África, os celtas da Europa e os dravidianos da Índia atribuíram a sua origem, a sua cultura básica e a sua tradição esotérica a esses continentes, alguns desaparecidos como a Atlântida e Mu, afundados nos oceanos, outro, esterilizado pela seca como Uighur no atual deserto de Gobi, e outro ainda, congelado no atual extremo polar Ártico, como a Hiperbórea. O que pode ser concluído é que todos os povos de cor branca, amarela, negra e vermelha tiveram sua origem em um continente chamado de “Atlântida”, hoje afundado e perdido no Oceano Atlântico.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

HERMETISMO

          O significado da palavra vem do termo “hermético” (secreto, fechado de tal maneira que nada escapa), cuja qualidade do “segredo” se observa ser necessário para uma eficiente transmissão dos seus ensinamentos. Hermetismo é o estudo e prática da filosofia oculta e da magia associados a escritos atribuídos a Hermes Trismegisto, “Hermes Três-Vezes-Grande”, uma deidade sincrética que combina aspectos do deus grego Hermes e do deus egípcio Thoth. Estas crenças tiveram influência na sabedoria oculta européia, desde a Renascença, quando foram reavivadas por figuras como Giordano Bruno e Marsilio Ficino. A magia hermética passou por um renascimento no século XIX, na Europa Ocidental, onde foi praticada por nomes como os envolvidos na Ordem Hermética do Amanhecer Dourado e Eliphas Levi. No século XX foi estudada por Franz Bardon.
          O Hermetismo surgiu no antigo Egito através do maior de todos os mestres, Hermes Trismegisto (Três vezes O Grande). Supõe-se que viveu em torno de 2700 a.C. por 300 anos, quando o Egito estava sob o domínio dos “Reis Pastores” (Iksos, Hyksos ou Irschu), sendo contemporâneo de Abraão. Ele foi o pai da Ciência Oculta (Ocultismo), o fundador da Astrologia e o descobridor da Alquimia. Os egípcios logo notaram os seus poderes e sua sabedoria e o deificaram sob o nome de “Thoth”. Mais tarde o antigo povo grego também o deificou sob o nome de “Hermes” (Deus da Sabedoria). Como a origem dos conhecimentos herméticos data de alguns milhares de anos, é natural que durante tão longo tempo hajam ocorrido grandes transformações, tanto no que diz respeito aspectos organizacionais quando no contexto dos próprios ensinos. Disto resultou um grande número organizações no passado assim como no presente intitulado de “Ordem Hermética”. Os conhecimentos e a estruturação de algumas ordens são oriundos das “Escolas de Mistérios do Antigo Egito" (Hermópolis). Naturalmente o termo “ordem” só apareceu depois da decadência do Egito, quando grupos de estudiosos deram nomes às organizações que transmitiam o conhecimento deixado por Thoth. Sempre existiram muitas organizações que se intitularam de “Sociedade”, ou de “Ordem Hermética”, e também na atualidade. Muitas trazem ensinamentos autênticos, embora algumas atribuam o nome “hermético” a conceitos de grupos ou meras fantasias. As Ordens Herméticas que ficaram consagradas ao longo dos séculos foram a “Ordem dos Cavaleiros Templários”, a “Maçonaria” e a “Ordem Rosacruz”.
          Hermes era filho de Zeus e de Maia (a mais jovem das Plêiades da mitologia grega). Nasceu num dia quatro (número que lhe era consagrado), numa caverna do monte Cilene, ao sul da Arcádia. Divindade complexa, com múltiplos atributos e funções, Hermes foi de início um deus agrário, protetor dos pastores e dos rebanhos. Um escrito de Pausânias deixa bem claro esta atribuição do filho de Maia: “Não existe outro deus que demonstre tanta solicitude para com os rebanhos e para com o seu crescimento”. Mais tarde, os escritores e os poetas ampliaram o mito, como por exemplo, Homero, nos seus poemas épicos Ilíada e Odisséia. Na Odisséia, por exemplo, o deus intervém como mago e como condutor de almas (nas Rapsódias X e XXIV). Protetor dos viajantes, Hermes é também o deus das estradas. Nas encruzilhadas, para servir de orientação, os transeuntes amontoavam pedras e colocavam no topo do monte a imagem da cabeça do deus. A pedra lançada sobre um monte de outras pedras simbolizava a união do crente com o deus ao qual elas estavam consagradas. Considerava-se que nas pedras do monte estavam a força e a presença do divino. Para os gregos, Hermes regia as estradas porque andava com incrível velocidade, por usar as sandálias providas de asas. Deste modo, tornou-se o mensageiro dos deuses, principalmente de seu pai, Zeus. Conhecedor dos caminhos, não se perdendo nas trevas e podendo circular livremente nos três níveis (Hades ou infernos, Terra ou telúrico e Paraíso ou Olimpo), Hermes tornou-se um deus condutor de almas. A astúcia, a inventividade, o poder de tornar-se invisível e de viajar por toda a parte, aliados ao caduceu com o qual conduzia as almas na luz e nas trevas, são os atributos que exaltam a sabedoria de Hermes, principalmente no domínio das ciências ocultas, que se tornarão, na época helenística, as principais qualidades do deus. A partir deste ponto, Hermes se converteu no patrono das ciências ocultas e esotéricas. É ele quem sabe e quem transmite toda a ciência secreta. O feiticeiro Lúcio Apuléio declara em seu livro de bruxaria (De Magia) que invocava Mercúrio (o Hermes dos romanos) como sendo aquele que possuía os segredos da magia e do ocultismo. Hermes Trismegistos é o nome grego dado ao deus egípcio Thoth, considerado o inventor da escrita e de todas as ciências a ela ligadas, inclusive a medicina, a astronomia e a magia. Segundo o historiador Heródoto, já no séc. V a.C. Thoth era identificado e assimilado a Hermes Trismegisto, ao Três Vezes Poderoso Hermes. A pedra de Roseta, gravada no ano 196 a.C. também identifica Hermes como Thoth. A tradução dos hieróglifos das câmaras mortuárias do Vale dos Reis permitiu dividir os escritos atribuídos a Hermes-Thoth em dois tipos principais: o Hermetismo “popular” que trata da astrologia e das ciências ocultas, e o Hermetismo para os “cultos”, que trata de Teologia e de Filosofia. Do renascimento até ao final do século XIX pouca atenção foi dispensada aos Escritos Herméticos populares. Estudos recentes mostraram, no entanto, que a literatura popular hermética é anterior ao Hermetismo dito culto, e reflete as idéias e convicções dominantes no império romano.
           Os Escritos Herméticos sobre Teologia e Esoterismo constam de dezessete tratados, que compõem o Corpus Hermeticum. Este conjunto de Escritos reúne as compilações feitas por Stobaeus e por Apuleius. A compilação de Apuleius for traduzida para o Latim por Asclepius. Estes escritos são datados dos três primeiros séculos da era cristã e foram escritos em língua grega, embora os conceitos neles contidos sejam de origem egípcia. O Corpus Hermeticum reúne a Hermética e a Tábua de Esmeralda. Estas duas obras são trabalhos estritamente herméticos sobre os quais se fundam a ciência e a filosofia alquímicas. A Hermética consta de uma série de livros, dos quais o mais importante é o "Livro I, Pimandro", que é um diálogo de Hermes consigo mesmo. O Hermetismo foi estudado durante séculos pelos árabes, e por seu intermédio chegou ao Ocidente, onde influenciou homens como Albertus Magnus. Em toda a literatura Medieval e do Renascimento são freqüentes as referências a Hermes Trismegistos e aos Escritos Herméticos, estudados e aprofundados, principalmente, pelos Alquimistas e pelos Rosacruzes. Para os Rozacruzes, Hermes Trismegistos foi um sábio. O Dr. H. Spencer Lewis, escritor e Grande Mestre da Ordem Rosacruz, se referia a Hermes como uma pessoa real. No mundo greco-latino, sobretudo em Roma, com os gnósticos e neoplatônicos, Hermes Trismegisto se converteu num deus cujo poder varou os séculos. Na realidade, Hermes Trismegisto resultou de um sincretismo com o Mercúrio latino e com o deus egípcio Thoth, o escrivão no julgamento dos mortos no Paraíso de Osíris, e patrono de todas as ciências na Grécia Antiga. 
          Em Roma, a partir dos primeiros séculos da era cristã, surgiram muitos tratados e documentos de caráter religioso e esotérico que se diziam inspirar-se na religião egípcia, no neoplatonismo e no neopitagorismo. Esse vasto conjunto de escritos que se acham reunidos sob o nome de Corpus Hermeticum, coleção relativa a Hermes Trismegisto, é uma fusão de filosofia, religião, alquimia, magia e astrologia, e tem muito pouco de egípcio. Desse Corpus Hermeticum muito se aproveitou a Gnose (conhecimento esotérico da divindade, transmitido através dos ritos de iniciação). Os gnósticos, com seu sincretismo religioso greco-egípcio-judaico-cristão surgido também nos primeiros séculos da nossa era, procuraram conciliar todas as tendências religiosas e explicar-lhes os seus fundamentos através da Gnose. As sandálias de Hermes eram dotadas de asas, separavam a terra do corpo pesado e vivente, e daí vem a importância simbólica das sandálias depostas, rito maçônico que evoca a atitude de Moisés no monte Sinai, pisando descalço a terra santa. Descalçar a sandália e entregá-la ao parceiro era, entre os judeus, a garantia de cumprimento de um contrato. Para os antigos taoístas, as sandálias eram o substituto do corpo dos imortais, e seu meio de deslocamento no espaço. Em Hermes e Perseu, as sandálias aladas são o símbolo da elevação mística. O caduceu significa em grego bastão de arauto. Símbolo dos mais antigos, sua imagem já se acha gravada, desde o ano 2.600 a.C., na taça do rei Gudea de Lagash. São várias as formas e múltiplas as interpretações do caduceu. Insígnia principal de Hermes, é um bastão em torno do qual se enrolam, em sentidos inversos, duas serpentes. Enrolando-se em torno do caduceu, elas simbolizam o equilíbrio das tendências contrárias em torno do eixo do mundo, o que leva a interpretar o bastão do deus de Cilene como um símbolo de paz. A serpente é um símbolo encontrado na Mitologia de todos os povos. Todas as grandes idéias surgidas no início da Civilização foram representadas pela serpente: o Sol, o Universo, Deus, a Eternidade. Também se pode interpretar o caduceu como sendo o símbolo do falo ereto, com duas serpentes acopladas. Esta interpretação do caduceu é uma das mais antigas representações indo-européias, sendo encontrado na Índia antiga e moderna, associado a numerosos ritos, bem como na Grécia, onde se tornou a insígnia de Hermes. Espiritualizado, esse falo de Hermes penetra no mundo desconhecido em busca de uma mensagem espiritual de libertação e de cura. Hoje em dia o caduceu é o símbolo universal da Medicina.
          O esoterismo maçônico, com a sua tradução em rituais, símbolos e ensinamentos, é criação de grandes pesquisadores, colecionadores de livros e de manuscritos raros, e grandes estudiosos das culturas da antiguidade. Elias Ashmole, Desaguilliers e Francis Bacon foram alguns destes homens, Rosacruzes e grandes conhecedores do hermetismo e da transmutação alquímica dos metais, através da Pedra Filosofal. Eles introduziram na Maçonaria os mesmos conceitos filosóficos, utilizando agora os instrumentos da arte de construir, como símbolos da regeneração e do aperfeiçoamento moral e espiritual do Homem. 
          Hermes Trismegisto foi, na Mitologia Grega, o deus que reuniu os atributos que todos os grandes pensadores e iniciados desejaram transmitir às futuras gerações. Ele foi um deus tão importante, que na cidade de Listra, a multidão ao ver o milagre realizado pelo apóstolo Paulo tomou-o por Hermes e gritou entusiasmada, pensando estar diante de um deus sob forma humana.
          Os escritos herméticos são uma coleção de 18 obras gregas, e as principais são o “Corpus Hermeticum”, a “Tábua de Esmeralda”, o “Poimandres”, o “Asclépios” e a “Minerva Mundi” (Corê Cosmou), as quais são tradicionalmente atribuídas a Hermes Trismegisto. Estes escritos contêm os aspectos teóricos e filosóficos do Hermetismo em seu aspecto teosófico. O período bizantino é marcado por outra coleção de obras herméticas, que também são relacionadas ao Hermes Trismegisto, e contêm uma tradição hermética popular a qual é composta essencialmente por escritos relacionados à Astrologia, Magia e Alquimia. Esta versão popular encontra sustentação ou base nos diálogos herméticos, apesar dele se distanciar da magia. A magia, entretanto, não está distante das práticas realizadas no antigo Egito, a qual em uma última análise é a fonte de todos os diálogos herméticos, pois o hermetismo lá floresceu e, portanto estabelece uma conexão entre as duas Tradições Herméticas: Filosofia e Magia. O livro “Caibalion” foi escrito no final do século XIX, por três iniciados que registraram as Sete Leis do Hermetismo. Não é um livro oriundo da era pré-cristã como se supõe. O Hermetismo consiste, de forma sincrética, no estudo e prática da evolução e expansão da consciência humana até à Consciência Divina, penetrando assim nos mais profundos mistérios da Criação, o que ficou conhecido como “Iniciação” ou “Iluminação” no Oriente.